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<title>Cartilha Digital: Quem Sempre Esteve Aqui</title>
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<h1 class="text-3xl md:text-4xl font-bold text-center text-stone-800">Quem Sempre Esteve Aqui</h1>
<p class="text-center text-lg text-stone-600 mt-2">Povos Originários da América</p>
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<section id="introducao" class="bg-stone-50/90 backdrop-blur-sm p-8 rounded-lg shadow-lg mb-12 section-fade-in">
<h2 class="text-2xl font-bold text-orange-900 mb-4">Introdução</h2>
<p class="text-lg leading-normal text-justify">
Muito antes da chegada dos europeus, a América já era habitada por diversos povos que deixaram marcas profundas na história do continente. As teorias sobre o povoamento americano, baseadas em descobertas arqueológicas e evidências científicas, revelam um processo complexo e fascinante de migrações, culturas e modos de vida. Esta cartilha convida você a conhecer essas origens, refletir sobre a riqueza das primeiras populações americanas e reconhecer a importância de respeitar e valorizar os povos originários.
</p>
</section>
<section id="povoamento" class="mb-12 section-fade-in">
<h2 class="text-3xl font-bold text-center text-white drop-shadow-lg mb-8">Como a América foi povoada?</h2>
<div class="space-y-8">
<div class="bg-stone-50/90 backdrop-blur-sm p-8 rounded-lg shadow-lg card-hover">
<h3 class="text-xl font-bold text-orange-900 mb-3">Teoria do Estreito de Bering</h3>
<p class="leading-normal text-justify">Durante a última era glacial, há cerca de 15 a 20 mil anos, o nível do mar estava significativamente mais baixo, expondo uma faixa de terra conhecida como <strong>Beríngia</strong>, que conectava a Ásia à América do Norte. Grupos humanos teriam migrado por essa ponte terrestre, seguindo em direção ao sul e ocupando gradualmente as Américas. Essa teoria é sustentada por evidências arqueológicas e genéticas.</p>
</div>
<div class="bg-amber-100/90 backdrop-blur-sm p-8 rounded-lg shadow-lg border-l-4 border-amber-500 card-hover">
<h3 class="text-xl font-bold text-amber-900 mb-3">Problematizando a Teoria</h3>
<p class="leading-normal mb-4 text-justify">Embora a Teoria do Estreito de Bering seja uma das mais conhecidas, ela não deve ser compreendida como a única explicação. Descobertas arqueológicas e críticas de estudiosas indicam que os primeiros habitantes do continente possuíam capacidades muito mais complexas.</p>
<blockquote class="border-l-4 border-amber-400 pl-4 italic text-stone-600">
<p>"O pressuposto de que o homem teria vindo para a América unicamente a pé... não faz justiça à capacidade intelectual humana."</p>
<cite class="mt-2 block font-semibold">— Niède Guidon, arqueóloga</cite>
</blockquote>
</div>
<div class="grid md:grid-cols-2 gap-8">
<div class="bg-stone-50/90 backdrop-blur-sm p-8 rounded-lg shadow-lg card-hover">
<h3 class="text-xl font-bold text-orange-900 mb-3">"Luzia": Uma Descoberta Revolucionária</h3>
<img src="https://img.socioambiental.org/d/329434-3/LUZIA+final.JPG?g2_GALLERYSID=TMP_SESSION_ID_DI_NOISSES_PMT" alt="Reconstituição facial de Luzia" class="w-full h-auto rounded-lg mb-4" onerror="this.onerror=null;this.src='https://placehold.co/800x600/e2e8f0/4a5568?text=Imagem+de+Luzia';">
<p class="leading-normal text-justify">Na região de Lagoa Santa (MG), o crânio de uma mulher, apelidada de <strong>"Luzia"</strong>, datado de 11.500 anos, apresenta características semelhantes a grupos africanos e australianos, sugerindo rotas migratórias alternativas.</p>
</div>
<div class="bg-stone-50/90 backdrop-blur-sm p-8 rounded-lg shadow-lg card-hover">
<h3 class="text-xl font-bold text-orange-900 mb-3">Serra da Capivara: Vestígios de 50 mil anos</h3>
<img src="https://mis-sp.org.br/wp-content/uploads/2023/08/img_acervo_niede-01-2048x1356.jpeg" alt="Pintura rupestre na Serra da Capivara" class="w-full h-auto rounded-lg mb-4" onerror="this.onerror=null;this.src='https://placehold.co/800x600/e2e8f0/4a5568?text=Pintura+Rupestre';">
<p class="leading-normal text-justify">No Piauí, o Parque Nacional da Serra da Capivara abriga sítios com vestígios que indicam presença humana há <strong>mais de 50 mil anos</strong>, desafiando as cronologias tradicionais.</p>
</div>
</div>
</div>
</section>
<section id="diversidade" class="mb-12 section-fade-in">
<h2 class="text-3xl font-bold text-center text-white drop-shadow-lg mb-2">Um Mapa da Diversidade Indígena</h2>
<p class="text-center text-lg text-white/90 drop-shadow-md max-w-3xl mx-auto mb-10">Antes da colonização, o Brasil era um mosaico de povos, com mais de mil línguas. Hoje, cerca de 300 povos indígenas lutam para manter as suas culturas vivas.</p>
<div class="grid md:grid-cols-2 lg:grid-cols-3 gap-8">
<div class="bg-stone-50/90 backdrop-blur-sm p-6 rounded-lg shadow-lg text-center card-hover flex flex-col">
<img src="https://turismo.b-cdn.net/wp-content/uploads/2021/10/Chapada-Diamantina.jpg" alt="Paisagem da Chapada Diamantina, território dos Payayás" class="w-full h-48 object-cover rounded-md mb-4">
<h3 class="text-xl font-bold text-orange-900">Povos Payayás</h3>
<p class="mt-2 text-sm text-justify leading-relaxed flex-grow">Os Payayás foram um povo indígena que habitava a região centro-norte da Bahia, especialmente nas áreas do sertão da Chapada Diamantina. Eles viviam de forma bastante integrada à natureza, praticando a caça, a pesca, a coleta e também algum tipo de cultivo. Tinham vasto conhecimento do ambiente ao seu redor, utilizando plantas medicinais e dominando técnicas de sobrevivência no semiárido. Seus agrupamentos não apresentavam uma hierarquia rígida, funcionando com uma organização mais horizontal e comunitária. Culturalmente, realizavam rituais religiosos e práticas xamânicas, com destaque para os processos de cura e de contato espiritual. A cerâmica era simples e voltada ao uso cotidiano, como o preparo de alimentos. Com a colonização portuguesa, os Payayás enfrentaram epidemias, guerras e perseguições, sendo forçados a se deslocar e, muitas vezes, a se agrupar com outros povos em aldeamentos missionários. Apesar da violenta desestruturação provocada pela colonização, os Payayás deixaram importantes marcas na história da região, e sua memória resiste nos estudos arqueológicos, históricos e nas tradições orais.</p>
<a href="https://periodicos2.uesb.br/index.php/politeia/article/view/7464" target="_blank" rel="noopener noreferrer" class="mt-4 inline-block bg-orange-800 text-white font-semibold py-2 px-4 rounded-lg hover:bg-orange-900 transition-colors">Saiba Mais</a>
</div>
<div class="bg-stone-50/90 backdrop-blur-sm p-6 rounded-lg shadow-lg text-center card-hover flex flex-col">
<img src="https://ichef.bbci.co.uk/ace/ws/800/cpsprodpb/5df2/live/2b64bd40-4349-11ee-87d1-23ea2d1159ca.jpg.webp" alt="Sambaqui" class="w-full h-48 object-cover rounded-md mb-4" onerror="this.onerror=null;this.src='https://placehold.co/600x400/e2e8f0/4a5568?text=Sambaqui';">
<h3 class="text-xl font-bold text-orange-900">Povos Sambaqueiros</h3>
<p class="mt-2 text-sm text-justify leading-relaxed flex-grow">Os povos sambaqueiros viveram por milhares de anos no litoral brasileiro, especialmente nas regiões Sul e Sudeste, em áreas ricas em rios, mangues e lagoas. Eram grupos que se alimentavam principalmente de frutos do mar, como moluscos e peixes, e que também praticavam coleta de frutos, caça de pequenos animais e, possivelmente, horticultura. São conhecidos por construírem os sambaquis, grandes montes de conchas, ossos, carvão e restos de alimentos, que serviam como moradia, local de cerimônia e também como cemitérios. Esses montes indicam não só sua presença física no território, mas também uma forma de organização social e relação simbólica com a natureza. As análises arqueológicas mostram que os sambaquieiros viviam em comunidades estáveis, com divisão de tarefas, rituais funerários elaborados e uso de adornos. Embora muitas vezes vistos como "primitivos", os povos sambaqueiros desenvolveram modos de vida sofisticados, adaptados ao ambiente costeiro, com profundo respeito e conhecimento da natureza. Seus vestígios desafiam a ideia de que só havia civilizações complexas no interior do continente.</p>
<a href="https://www.scielo.br/j/sn/a/FgBHQYL5CBLRqjpqs4LkHVf/?lang=pt" target="_blank" rel="noopener noreferrer" class="mt-4 inline-block bg-orange-800 text-white font-semibold py-2 px-4 rounded-lg hover:bg-orange-900 transition-colors">Saiba Mais</a>
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<img src="https://img.socioambiental.org/d/329636-4/Urna+funer__ria+Marajoara.jpg" alt="Urna funerária Marajoara" class="w-full h-48 object-cover rounded-md mb-4" onerror="this.onerror=null;this.src='https://placehold.co/600x400/e2e8f0/4a5568?text=Urna+Marajoara';">
<h3 class="text-xl font-bold text-orange-900">Povos Marajoaras</h3>
<p class="mt-2 text-sm text-justify leading-relaxed flex-grow">Os marajoaras viveram na Ilha de Marajó, na foz do rio Amazonas, entre cerca de 400 a.C. e 1300 d.C., formando uma das sociedades indígenas mais complexas da América do Sul antes da chegada dos europeus. Para lidar com as cheias da região, construíram grandes plataformas de terra, chamadas tesos, onde erguiam suas casas, áreas de cultivo e locais cerimoniais. Eram especialistas na produção de cerâmica, deixando vasos e urnas ricamente decoradas com desenhos simbólicos que retratavam animais, espíritos e cenas do cotidiano. Essa arte revelava uma cosmologia própria, com possível centralidade das figuras femininas e dos ancestrais, indicando uma sociedade matrilinear. Os marajoaras também dominavam técnicas agrícolas, manejavam os recursos da floresta e realizavam a pesca de forma organizada. Não viviam sob um poder centralizado, mas em comunidades complexas, com divisão social e práticas coletivas. A riqueza cultural dos marajoaras mostra que os povos indígenas da Amazônia desenvolveram formas de vida altamente organizadas e sustentáveis, desafiando visões preconceituosas sobre o passado indígena.</p>
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<section id="valorize" class="bg-amber-100/90 backdrop-blur-sm border-l-4 border-amber-500 p-8 rounded-lg shadow-lg mb-12 section-fade-in">
<h2 class="text-2xl font-bold text-amber-900 mb-4">ATENÇÃO! VALORIZE A HISTÓRIA PELO NOME</h2>
<p class="text-lg leading-normal text-justify"><strong>Por que escrevemos *Payayá*, e não *payayá*?</strong> Usar a inicial maiúscula é uma forma de reconhecer a <strong>dignidade histórica, social e cultural</strong> desses povos.</p>
</section>
<section id="citacao-krenak" class="bg-teal-800/90 backdrop-blur-sm text-white p-8 rounded-lg shadow-lg mb-12 section-fade-in">
<blockquote class="text-center text-2xl italic font-light">
<p>“A sustentabilidade não é uma coisa pessoal. Ela diz respeito à ecologia do lugar em que a gente vive, do ecossistema que a gente vive.”</p>
</blockquote>
<cite class="mt-4 block text-center text-lg font-semibold not-italic">— Ailton Krenak</cite>
</section>
<section id="conclusao" class="bg-stone-50/90 backdrop-blur-sm p-8 rounded-lg shadow-lg text-center mb-12 section-fade-in">
<h2 class="text-2xl font-bold text-orange-900 mb-4">Conclusão</h2>
<p class="text-lg leading-normal max-w-3xl mx-auto text-justify">Estudar o passado dos primeiros habitantes das Américas é uma forma de resistir ao apagamento histórico e reafirmar a presença viva dos povos indígenas.</p>
<p class="text-2xl font-bold text-stone-800 mt-6">A América não começou em 1492. Ela já pulsava há milénios.</p>
</section>
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<footer class="bg-stone-800/90 backdrop-blur-sm text-stone-200 text-center p-6 mt-8">
<p class="mb-2 text-sm">Este material foi produzido na disciplina Laboratório de Seleção e Produção de Conteúdos, sob orientação do professor Rafael Monteiro, como parte das atividades do curso de Licenciatura em História da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS).</p>
<p class="text-xs text-stone-300 mb-4">Produzido por: Bianca de Oliveira, Evellin Pereira, Gabriel Kiary, João Victor Souza, Lara Nunes e Rafael Ronald.</p>
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